Ser Espírita
Em
diferentes grupos como os religiosos, os profissionais e mesmo os políticos,
encontraremos indivíduos que não são espíritas, mas apresentam comportamentos
de grande inspiração superior. Nós
espíritas, sabemos que todo ser humano está sujeito às leis da imortalidade,
das vidas sucessivas, de causa e efeito e outras. Sabemos também que a criatura
que conduz a sua vida tendo em vista a grande pedagogia do amor do mestre
Jesus, apresentará comportamentos dignificantes, pois os Espíritos Superiores estão
presentes na vida humana, num processo
de chamamento ao aperfeiçoamento, a que estamos todos submetidos.
Assim, ser espírita não nos coloca em exceção ou privilégio perante os
outros. Ao contrário, nos faz, isto sim, ter uma visão de maior responsabilidade
sobre o mundo e sobre a nossa ação sobre ele. Reflitamos: O Brasil atravessa um período de extrema violência. Com o conhecimento
que a Doutrina nos possibilita, o que podemos fazer? Abraçar
árvores, praças, lagoas; vestir uma camisa branca e pedir a paz; culpar o
governo municipal, o estadual e o federal, enquanto assistimos o noticiário em
frente à televisão, confortavelmente instalado em uma poltrona?
Quando kardec, na questão 932, questionou os Espíritos
Superiores sobre o predomínio do mal sobre o planeta, recebeu a
seguinte resposta: “Os maus sobrepujam os bons
pela fraqueza dos bons; os maus são intrigantes e audaciosos, os bons
são tímidos. Quando estes o quiserem, dominarão.”
Não será o momento de abrirmos as portas das nossas Casas Espíritas para
um trabalho de acolhimento de crianças e jovens; de realizarmos tarefas
educativas com mães carentes muitas delas jovens demais e sem nenhuma noção da
tarefa que lhes cabe como guia e protetoras de espíritos que retornam ao mundo
corporal? Allan Kardec foi considerado o “bom senso
encarnado” e nós espíritas ainda encararmos o Centro como uma “Igreja”, aonde
as pessoas, semana após semana, comparecem em busca de uma palestra religiosa e
consoladora, mas não recebem a oportunidade de esclarecimento que somente a
doutrina divulgada em seu tríplice aspecto pode oferecer. Ser espírita é se dispor a conquistar a si próprio e trabalhar
aprendendo a servir. É estar informado sobre as dimensões da existência humana,
é levantar o véu da materialidade para ai então visualizar o além e as suas
imensas possibilidades. Ser espírita é transformar a
Casa que o acolhe numa instituição dinâmica, acolhedora e atuante aproximando-a
da comunidade (afinal, a época das perseguições já passou), participativa dos
movimentos regionais e usar de todos os recursos modernos a seu dispor para
divulgar a Doutrina que nos foi deixada por Allan Kardec, há mais de 150 anos . Ser espírita é fazer uma análise é refletir sobre a
questão 932 e agir para que um dia, finalmente, o bem
predomine sobre a Terra. É refletir também sobre as palavras de
Martin Luther King, um homem de bem, inspirado por bons espíritos: “O que mais
preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos,
nem dos sem caráter, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos
bons”.
Lilia Alonso
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