Divaldo Franco
Divaldo Pereira Franco, mais conhecido como Divaldo
Franco ou simplesmente Divaldo (Feira de Santana, 5 de maio de 1927) é
um professor, médium e orador espírita brasileiro.
É, há quase sessenta anos, um importante orador e escritor espírita, com
mais de cinqüenta anos devotados à mediunidade, e mais de quarenta
dedicados a cuidar dos meninos de rua de Salvador, na Bahia. Para este
último fim fundou, em 15 de agosto de 1952, junto com Nilson de Souza
Pereira, a casa de assistência Mansão do Caminho, responsável pela
orientação e educação de mais de 33 mil crianças e adolescentes
carentes.
Primeiros anos
Divaldo cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, onde recebeu o
diploma de Professor Primário em 1943. Desde a infância relata
comunicar-se com os espíritos.
Quando jovem, foi abalado pela morte de seus dois irmãos mais velhos, o
que o deixou traumatizado e enfermo, sendo conduzido a diversos
especialistas, na área da Medicina, sem, contudo, lograr qualquer
resultado satisfatório. Nessa época conheceu a Sra. Ana Ribeiro Borges,
que o conduziu à Doutrina Espírita, o que o teria libertado do trauma e
trazido consolações, tanto para ele como para toda a sua família.
Divaldo dedicou-se, então, ao estudo do Espiritismo, ao tempo em que foi
aprimorando suas faculdades mediúnicas, pelo correto exercício e
continuado estudo do Espiritismo.
Transferiu residência para Salvador no ano de 1945, tendo feito concurso
para o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado
(IPASE), onde ingressou a 5 de Dezembro de 1945, como escriturário.
Já espírita convicto, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção (CECR), em 7 de Setembro de 1947.
Em A Veneranda Joanna de Ângelis (Salvador: LEAL, 1987), escrito por
Divaldo e Celeste Santos, constam biografias do médium baiano e de sua
mentora espiritual, Joanna de Ângelis, bem como informações sobre o
trabalho educacional e assistencial desenvolvido pela Mansão do Caminho,
além de entrevistas com Divaldo e relatos sobre supostas reencarnações
de Joanna de Ângelis.
Atividades como médium psicógrafo
Divaldo apresentou, desde jovem, diversas faculdades mediúnicas, tanto
de efeitos físicos quanto de efeitos intelectuais. Destaca-se, dentre
elas, no entanto, a psicografia.
Inicialmente, diversas mensagens foram escritas pelo seu intermédio, sob
a orientação dos benfeitores espirituais, até que um dia, ele recebeu a
recomendação para que fosse queimado o que escrevera até ali, pois não
passavam de simples exercícios.
Com a continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos
espíritos, dentre eles, Joanna de Ângelis, que durante muito tempo
apresentava-se como "um Espírito Amigo", ocultando-se no anonimato, à
espera do instante oportuno para se fazer conhecida. Joanna revelou-se
como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num
estilo agradável, repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que
conforta aos mais diversos leitores e necessitados de diretriz
espiritual.
Em 1964, Joanna de Ângelis selecionou várias das mensagens de sua
autoria e enfeixou-as num livro, que recebeu o sugestivo título de Messe
de Amor. Foi o primeiro livro que o médium publicou. Logo em seguida,
Rabindranath Tagore ditou Filigranas de Luz. O que se seguiu
constitui-se hoje em um verdadeiro fenômeno editorial, pois, em 31 anos
de atividade como médium, teve publicados 240 títulos, totalizando mais
de quatro milhões e quinhentos mil exemplares, muitos deles ocupando
lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade
universal. Dessas obras, houve 80 versões para 15 idiomas (alemão,
castelhano, esperanto, francês, italiano, polonês, tcheco, braille e
outros). Os livros englobam uma grande variedade de estudos literários,
como prosa, romances, narrações e etc., abrangendo temas filosóficos,
doutrinários, históricos, infantis, psicológicos e psiquiátricos.
Nessas obras psicografadas, apresentam-se 211 alegados autores
espirituais, além de Joanna de Ângelis, entre eles, Manoel Philomeno de
Miranda, Victor Hugo, Amélia Rodrigues, Ignotus, Vianna de Carvalho,
Carlos Torres Pastorino, Bezerra de Menezes, Rabindranath Tagore, João
Cléofas, Eros e Simbá.
Psicografias de Joanna de Ângelis
Por meio das obras de Joanna de Ângelis, Divaldo pôde alcançar o
reconhecimento não apenas entre os religiosos e espiritualistas, mas
também em outras linhas de conhecimento, como a psicologia e a
parapsicologia. Isso se deu principalmente em função dos livros
publicados na Série Psicológica, onde tratou dos malefícios das fugas da
realidade e enfatizou a importância do autoconhecimento e
auto-enfrentamento.
A Série Psicológica foi escrita à luz dos pensamentos de Allan Kardec e
de pesquisadores da psiquê humana, a exemplo de Carl Jung. Na referida
série se encontram duas obras voltadas à psicologia transpessoal:
Autodescobrimento (1995) e Triunfo Pessoal (2002).
A maioria das obras escritas por Divaldo Franco sob o comando de Joanna
de Ângelis almeja incentivar o autodescobrimento e facilitar a aplicação
no dia-a-dia dos ensinamentos morais de amor fraterno contidos nos
Evangelhos e na Doutrina Espírita, incentivando o leitor a enfrentar as
dificuldades cotidianas de modo mais prático e otimista.
Grande parte das obras ditadas a Divaldo por Joanna de Ângelis foi
publicada pela Editora LEAL, de Salvador (BA). Um dos mais recentes
lançamentos de Joanna de Ângelis chama-se Conflitos Existenciais (LEAL,
2005), obra que analisa os principais conflitos do ser humano, as suas
causas, origens e formas de terapia - inclusive, estuda as tentativas
atuais de se preencherem os vazios existenciais, a exemplo de
relacionamentos efêmeros por meio da Internet.
Atividades como Orador
Como orador, Divaldo começou a fazer palestras em 1947, difundindo a
Doutrina Espírita e hoje apresenta uma histórica e recordista trajetória
no Brasil e no exterior, sempre atraindo multidões, com sua palavra
inspirada e esclarecedora, acerca de diferentes temas sobre os problemas
humanos e espirituais. Há vários anos, viaja em média 230 dias por ano,
realizando palestras e também seminários no Brasil e no mundo. Em um
levantamento preliminar suas atividades no exterior foram:
Mais de 11 mil conferências proferidas no Brasil e no exterior percorrendo mais de 62 países.
* América: Esteve em 18 países, em mais de 119 cidades, onde
realizou mais de 1.000 palestras, concedeu mais de 180 entrevistas de
rádio e TV para cerca de 113 emissoras, inclusive por 3 vezes na Voz da
América, a maior cadeia de rádio do continente. Recebeu cerca de 50
homenagens de vários países, destacando-se o honorífico título de Doutor
Honoris Causa em Humanidades, concedido pela Universidade de Concórdia
em Montreal, no Canadá, em 1991. Por 3 vezes fez palestras na ONU, no
departamento de Washington e fez conferências em mais de 12
universidades do continente.
* Europa: Esteve em mais de 20 países, em mais de 80 cidades, onde
realizou mais de 500 palestras, concedeu mais de 50 entrevistas de rádio
e TV para cerca de 40 emissoras, tendo recebido homenagens de vários
países; fez conferência em cerca de 10 universidades européias e, por 2
vezes, na ONU, departamento de Viena.
* África: Esteve em mais de 5 países, em 25 cidades, realizando 150
palestras, concedeu mais de 12 entrevistas de rádio e TV, em 11
emissoras; recebeu 4 homenagens.
* Ásia: Esteve em mais de 5 países, em 10 cidades, realizando mais de 12 palestras.
Em 31 de agosto de 2000 participou, a convite da ONU, do Primeiro
Encontro Mundial da Paz, reunião de cúpula com líderes religiosos de
expressão internacional para se discutir e formular proposta de paz.
É considerado um dos maiores divulgadores do espiritismo no Brasil e no
exterior. Na península ibérica se destacou pela assistência ao movimento
espírita português e espanhol durante a ditadura fascista de ambos os
países.
Suas palestras promovem o pacifismo, comparam a doutrina espírita com
correntes filosóficas niilistas, hedonistas e orientais, estabelecem
pontos de convergência entre a doutrina espírita e a ciência
(principalmente a psicologia) e incentivam a busca constante pelo
autoconhecimento, ancorada em conhecimentos sobre psicologia e doutrina
espírita.
Recentemente (2006-2007), estreou no site da Mansão do Caminho o programa de entrevistas Encontro com Divaldo.
Mansão do Caminho
Divaldo, desde jovem, teve vontade de cuidar de crianças. Educou mais de
600 "filhos", hoje emancipados, a maioria com família constituída e a
própria profissão, no magistério, contabilidade, serviços
administrativos e até medicina, tem 200 "netos". Na década de 60 iniciou
a construção de escolas-oficinas profissionalizantes e de atendimento
médico. Hoje a Mansão do Caminho é um admirável complexo educacional que
atende a 3.000 crianças e jovens carentes, na Rua Jaime Vieira Lima, 01
– Pau de Lima, um dos bairros periféricos mais carentes de Salvador;
tem 83.000 m² e 43 edificações. A obra é basicamente mantida com a venda
de livros mediúnicos e das fitas gravadas nas palestras.
O Centro Espírita Caminho da Redenção administra, dentre outros, os seguintes órgãos assistenciais:
* Mansão do Caminho (semi-internato para crianças e jovens carentes), fundado em 15 de agosto de 1952;
* A Manjedoura (creche para crianças carentes de 2 meses a 3 anos de idade) ;
* Escola Jesus Cristo (ensino fundamental), fundada em março de 1950;
* Escola Allan Kardec (ensino fundamental), fundada em 1965;
* Escola de Informática;
* Escola de Educação Infantil Alvorada Nova, fundada em fevereiro de 1971 com o nome de Esperança;
* Escola de Evangelização (ensino espírita para público infantil);
* Juventude Espírita Nina Arueira (evangelização e ensino espírita para o público jovem);
* Caravana Auta de Souza (auxilia idosos e pessoas inválidas portadoras de doenças irrecuperáveis e degenerativas);
* Casa de Assistência Lourdes Saad (distribuição diária de sopa e pão);
* Casa da Cordialidade (assiste a famílias carentes);
* Centro de Saúde J. Carneiro de Campos;
* Evangelização Nise Moacyr (evangelização de crianças);
* Grupo Lygia Banhos (esclarecimento e consolo a comunidades carentes);
* Livraria Espírita Alvorada (editora e gráfica).
Cronologia
* 1927
o Maio, 27: Nasce em casa humilde, filho de Francisco Pereira
Franco e Ana Alves Franco. Desde criança já demonstrava capacidade de
comunicar-se com o mundo espiritual.
* 1943
o Recebe o diploma de professor primário pela Escola Normal Rural de Feira de Santana.
* 1945
o Muda-se para Salvador;
o Aprovado no concurso do IPASE (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado).
* 1947
o Começa a realizar conferências. Desde então, já realizou
mais de 14 mil em mais de 1400 cidades (cerca de 500 destas no exterior,
e 900 no Brasil).
o Setembro, 7: funda o Centro Espírita Caminho da Redenção.
* 1949
o Começa a atividade de psicografar.
* 1952
o Agosto, 15: funda a Mansão do Caminho.
* 1964
o Primeira obra psicografada. O livro Messe de Amor, série de mensagens de Joanna de Ângelis.
* 2000
o Agosto: Participa do I Encontro Mundial pela Paz, a convite
da ONU, onde vários religiosos debateram e elaboraram uma proposta para a
paz no mundo.
Títulos e prêmios
Divaldo tem recebido inúmeras homenagens, ao longo de sua vida. Destacam-se, entre estas:
* Doctor Honoris Causa em Humanidades pela Universidade de Montreal (Canadá)
* Doctor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (Brasil)
* Doctor in Parapsicology pela Cyberan University (Illinois, EUA)
* Diploma de Ordem do Mérito Militar-distinção federal (Brasil)
* Medaille de Reconnaisance Franco-Americaine-Classe Especial (Instituto Humaniste, França)
* Medalha da Câmara Municipal de Leiria (Portugal)
* Medalha do Município de Lobito (Angola)
* Mais de 80 títulos de cidadania honorária conferidos por Estados e Municípios do Brasil (16 Capitais)
* 590 homenagens de entidades da sociedade civil organizada (148 de
64 cidades do Exterior, de 20 países, e 442 do Brasil, de 139 cidades)
* Foi concedido a Divaldo Franco e a Nilson de Souza Pereira o
Título de "Embaixador da Paz no Mundo". Título concedido pela "Embassade
Universalle Pour la Paix" em Genebra, na Suíça, em 30 de dezembro de
2005, passando Divaldo Franco a ser, a partir de então, o
duocentésimo-quinto "Embaixador da Paz no Mundo" e Nilson de Souza
Pereira, o duocentésimo-sexto.
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