A França no tempo de Kardec
Rue de la Harpe: onde Kardec residiu quando retornou a Paris, com 18 anos, em 1822, após terminar seus estudos em Yverdon, na Suiça.
Rue de Sévres: onde
Kardec fundou o Instituto Técnico Rivail, localizado no edifício de
número 35, o qual funcionou de 1826 a 1834. Chegou a residir no
Instituto junto com sua esposa.
Rue des Martyrs: Kardec
e sua esposa residiram nessa rua no prédio de número 8. Foi nesse local
que ele escreveu sua primeira obra espírita "O livros dos espíritos",
em 1857. Realizava reuniões em seu apartamento.
Rue Tiquetone: onde residia a Sra. Japhet.
Rue de la Grange-Bateliére: onde
residia a Sra. Painemaison, que realizava reuniões com as "mesas
girantes" em sua residência. Foi aí que Kardec assistiu, pela primeira
vez, a uma reunião de manifestações de espíritos.
Rue Rochechouart: onde
residia a família Baudin, sendo médiuns as meninas Caroline e Julie
Baudin, com 16 e 14 anos. Foi aí que Kardec começou a organizar as
informações reveladas pelos espíritos durante as reuniões.
Palais Royal: No
dia 1 de abril de 1858, Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas, que realizou suas atividades durante dois anos,
provisoriamente, nas galeiras Valois e Montpensier, localizadas nos
prédios do Palais Royal.
Palais Royal
Rue Sainte Anne: Kardec
transferiu a sede da SPEE para essa rua, na Passagem Saint Anne,
localizada no número 59, a partir de 1860. Também passou a residir nesse
local, para onde transferiu também o escritório da "Revista Espírita".
Rue de Lille: Local
para onde foi transferida a Livraria Espírita e o escritório da Revista
Espírita, em 1869. Essa rua é uma das laterais do famoso Museu D'Orsay.
Kardec desencarnou enquanto fazia as arrumações para a mudança, no dia
31 de março do mesmo ano.
Boulevard des Italiens, por Edmond Granjean. Cenário do encontro de Rivail e Carlotti.
Paris em 1859
Em
31 de março de 1869, com 65 anos incompletos, desencarnava Allan
Kardec, devido ao rompimento de um aneurisma. Nessa época ele residia na
Rue Saint-Anne, 59. Aí também se realizavam as reuniões da Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas, fundada por ele em 1 de abril de 1858, a
livraria e o escritório da "Revista Espírita", mantida e publicada
mensalmente.
Com
o crescimento do interesse pelo Espiritismo, o local já estava pequeno
para tantas atividades; por isso, a livraria e o escritório seriam
transferidos para outro endereço, na Rue Lille. Assim, enquanto tratava
da mudança, juntamente com seus auxiliares, ao atender um caixeiro, ele
cai ao chão, já sem vida. O susto foi grande para os que estavam com ele
naquele momento.
A
inauguração da livraria havia sido marcada, com antecedência, para o
dia 1 de abril. Vários amigos haviam sido convidados, vindos de outras
localidades e, certamente já estavam a caminho, não havendo mais
possibilidades de cancelar a inauguração em cima da hora. Quando os
convidados chegaram foram surpreendidos pela triste notícia.
Sua
esposa, Sra. Amelie Boudet, na época com 74 anos, mesmo assim, realizou
a inauguração da Livraria, conforme havia sido anunciado e, no dia
seguinte, 2 de abril, foi feito o sepultamento. Inicialmente, o corpo
foi sepultado nos fundos de um cemitério localizado na periferia de
Paris, um local pobre, triste e afastado.
Nas
semanas que se seguiram, seus amigos mais próximos, juntamente com os
integrantes da Sociedade Espírita, sugeriram que o corpo fosse
transferido para o Cemitério Père-Lachaise, onde grandes vultos de
várias áreas do conhecimento se encontram sepultados. Construiriam um
monumento em memória a Kardec, não com o objetivo de transformá-lo num
local de veneração, mas como uma forma de honrar a memória de um
benfeitor. Ficou definido que o monumento seguiria os padrões dos
antigos povos celtas, formado por quatro enormes pedras, pesando,
aproximadamente, dezoito toneladas. Embaixo, no centro, sobre um
pedestal de um metro de altura, também de granito, foi erigido um busto
de Kardec, em bronze. Na imensa pedra horizontal, cujo peso é de quatro
toneladas, está gravada a famosa frase: “Naitre,
mourir, renaitre encore et progresser sans cesse, telle est la loi.”
(Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei). O monumento foi inaugurado um ano depois, 31 de março de 1860. Aí também foi sepultada sua esposa, Sra. Amelie.
O
curioso em relação a esses fatos é que esse cemitério, cujas sepulturas
são verdadeiros monumentos, é um local de aspecto sombrio. O túmulo
mais visitado e o único que sempre tem flores é justamente o de Kardec.
Não se sabe quem as coloca... O que se supõe é que Kardec tenha muitos
admiradores anônimos...
Mas,
os adversários do Espiritismo, e consequentemente de Kardec, não se
intimidam... Na madrugada de um domingo, 2 de julho de 1989, por volta
das duas horas da madrugada, uma violenta explosão foi ouvida, vinda do
cemitério... Terroristas profissionais colocaram cargas de explosivos em
pontos estratégicos do monumento com o objetivo de fazer desabar a
imensa pedra horizontal. O pesado busto de bronze desabou e uma das
colunas verticais escorregou atingindo o caixão com os restos mortais de
Kardec e sua esposa...
As autoridades parisienses, pressionadas pela Confederação Espírita Européia, restauraram os estragos em curtíssimo tempo. Apesar da repercussão mundial desse acontecimento, os terroristas nunca foram encontrados pela polícia.
Este monumento é o único patrimônio material que restou de Allan Kardec.
A
União Espírita Francesa é a responsável pela conservação do túmulo
perante a administração do cemitério. No entanto, o túmulo de Kardec não
é de propriedade francesa, visto que Kardec é um patrimônio
internacional. Ali afixaram uma placa informando sobre a vida e obra de
Kardec, reprovando qualquer manifestação de idolatria.
Excelente matéria,excelente.
ResponderExcluirObrigada, amigo.
Excluirabço